Caridade divulgação

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Simplesmente um sentido - Renovando Atitudes (Hammed)

“... Admira-se, por vezes, que a mediunidade seja concedida a
pessoas indignas e capazes de fazer mau uso dela...”
“... a mediunidade se prende a uma disposição orgânica da qual todo
homem pode estar dotado, como a de ver, de ouvir, de falar...”
(Capítulo 24, item 12.)
Mediunidade é uma percepção mental por meio da qual a alma sutiliza,
estimula e aguça seus sentidos, a fim de penetrar na essência das coisas e das
pessoas. E uma das formas que possuímos para sentir a vida, é o “poder de
sensibilização” para ver e ouvir melhor a excelência da criação divina.
Faculdade comum a todos, é nosso sexto sentido, ou seja, o sentido que
capta, interpreta, organiza, percebe e sintetiza os outros cinco sentidos
conhecidos.
Nossa humanidade, à medida que aprende a desenvolver suas
impressões sensoriais básicas, automaticamente desenvolve também a
mediunidade, como conseqüência. Também conhecida como intuição ou
inspiração, é ela que define nossa interação com o mundo físico-espiritual.
As reflexões direcionadas para as áreas morais e intelectuais são muito
importantes, pois abrem contatos como “perceber” ou com o “captar”, o que
nos permite ouvir amplamente as “sonoridades espirituais” que existem nas
faixas etéreas, das diversas dimensões invisíveis do Universo.
Por outro lado, a mediunidade nunca deverá ser vista como “láurea” ou
“corretivo”, mas unicamente como “receptor sensório” - produto do processo de
desenvolvimento da natureza humana.
 Foram imensos os tempos da ignorância, em que a ela atribuíam o
epíteto de “dádiva dos deuses” ou “barganha demoníaca”; na atualidade,
porém, está cada vez mais sendo vista com maior naturalidade, como um
fenômeno espontâneo ligado a predisposições orgânicas dos indivíduos.
Ver, todos nós vemos, a não ser que tenhamos obstrução dos órgãos
visuais; já as formas de ver são peculiares a cada sensitivo. Escutar é
fenômeno comum; no entanto, a capacidade de ouvir além das aparências das
coisas e das palavras articuladas é fator de lucidez para quem já desenvolveu
o “auscultar” das profundezas do espírito.
Além do mais, a facilidade de comunicação com outras dimensões
espirituais não é dada somente aos chamados “agraciados” ou “dignos”,
conforme nossa estreita maneira de ver. Como a Natureza Divina tem uma
visão igualitária, concedendo a seus filhos, sem distinção, as mesmas
oportunidades de progresso, é autêntica a sábia assertiva: “Deus não quer a
morte do ímpio”, (1) mas que ele cresça e amadureça dispondo da
multiplicidade das faculdades comuns a todos, herança divina do Criador para
suas criaturas.
Por isso, encontramo-la nos mais diferentes patamares evolutivos, das
classes sociais e intelectivas mais diferenciadas até as mais variadas
nacionalidades e credos religiosos. Embora com denominações diferentes, a
mediunidade sempre esteve presente entre as criaturas humanas desde a mais
remota primitividade.
 A propósito, não precisamos ter a preocupação de “desenvolver
mediunidade”, porque ela, por si só, se desenvolverá. É imprescindível,
entretanto, aperfeiçoá-la e esmerá-la quando ela se manifestar
espontaneamente. Nunca forçá-la a “acontecer”, porque, ao invés de
deixarmos transcorrer o processo natural, nós iremos simplesmente “fazer
força”, ou melhor, “agir improdutivamente”.
Em vista disso, treinamentos desgastantes para despertar em nós “dons
naturais” é incoerente. Saber esperar o amadurecimento dos órgãos infantis é
o que nos possibilitou ver, falar, andar, ouvir, sentir, saborear ou preferir. Por
que então a mediunidade, considerada uma aptidão ontogenética do organismo
humano, necessitaria de tantas implicações e imposições para atingir a
 plenitude?
Aprofundando nossas apreciações neste estudo, encontramos, no “dia
de Pentecostes”, (2) uma das maiores afirmações de que são espontâneas as
manifestações mediúnicas e de que é natural seu despertar junto aos homens,
quando foram desenvolvidas repentinamente as possibilidades psicofônicas
dos apóstolos ao pousar “línguas de fogo”, isto é, “mentes iluminadas” sobre
suas cabeças, sem que eles esperassem ou invocassem o fenômeno.
A sensibilização progressiva da humanidade é uma realidade. Ela se
 processa, nos tempos atuais, de maneira indiscutível, pois, em verdade, “o
 Espírito é derramado sobre toda a carne”, (3) tomando os efeitos espirituais
cada vez mais eloqüentes, incontestáveis e generalizados.
(1) Ezequiel 33:11.
 (2) Atos 2:1 ao 8.
(3)Atos 2:17

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