Caridade divulgação

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

MENSAGEIROS DA PAZ: EURÍPEDES BARSANULFO


O Apóstolo da Caridade”, assim é conhecido o abnegado benfeitor Eurípedes Barsanulfo.
Chico Xavier, em depoimento ao livro “Eurípedes: O Homem e a Missão” da autora Corina Novelino, revela uma conversa que tivera com Emmanuel sobre Eurípedes, onde o guia espiritual de Chico afirmou: “Nos tempos evangélicos, Eurípedes fora educado por Inácio, pupilo de João, o Evangelista, que se tornara grande pregador da boa nova. Ainda adolescente Eurípedes substituíra seu educador na pregação na Palestina, onde também manteve contatos com João e fora martirizado”.

Nascimento e Juventude:

Eurípedes Barsanulfo nasceu em 1 de maio de 1880 na cidade mineira de Sacramento. Filho de Hermógenes Ernesto de Araújo, “seu Mogico” e Jerônima Pereira de Almeida, “dona Meca”, teve uma infância marcada por severas dificuldades financeiras. Eurípedes era o terceiro filho de 15 irmãos e para conseguir vencer as provações materiais, começou a trabalhar muito cedo.
Sentia vontade de prosseguir seus estudos em outra cidade, pois Sacramento não oferecia condições para tal, porém ao ver a tristeza de sua mãe com sua possível partida, decidiu ficar. Ingressou no Colégio Miranda sob a orientação dos professores João Darwil de Miranda e Inácio Gomes de Mello. O jovem era autodidata e logo foi promovido a instrutor de turmas e posteriormente professor. Adquiriu conhecimento nas áreas de medicina e direito, além de Astronomia, Filosofia, Matemática, Ciências Físicas e Naturais e Literatura, mesmo sem ter cursado o ensino superior.
Em 1901 seu Mogico fora procurado pelo prof. Darwil, o qual declarou que nada mais tinha a ensinar a Eurípedes.

Vida e Obra de Eurípedes Barsanulfo:

Ainda jovem ajudou a fundar o Grêmio Dramático Sacramentano, tornando-se ator das peças teatrais que ali eram apresentadas.
Antes de completar 18 anos, conheceu Ormênio Gomes, que lhe apresentou preciosa biblioteca de livros homeopáticos, a qual teve acesso e absorveu vasta informação, o que o fez fundar em sua residência uma pequena farmácia homeopática, servindo-se de medicações para tratar os necessitados.
“Aos 21 anos, lançou o jornal a ‘Gazeta de Sacramento”, e como jornalista tinha a esperança de ajudar no desenvolvimento cultural de seus conterrâneos e abrir um espaço aos interessados nas letras e informações. Ao completar 22 anos, fundou em 31 de janeiro de 1902, junto com seus antigos professores, o “Liceu Sacramentano”, onde se tornou professor de diversas matérias, entre elas Francês e Geografia.
No ano de 1903, em virtude de sua popularidade, assumiu uma cadeira na Câmara de Vereadores de Sacramento, cargo que ocupou até 1910. Eurípedes, nesse período, acumulava as atividades de vereador, professor e jornalista, trazendo vários benefícios para a cidade, como energia elétrica, sistema de água encanada e bondes para o transporte público.

O Encontro com a Doutrina Espírita:

Eurípedes Barsanulfo sempre foi muito espiritualizado, católico convicto, chegou a ocupar o cargo de secretário da Irmandade de São Vicente de Paulo. Quando lhe perguntavam sobre seu casamento, respondia sorridente: “Já sou casado com a pobreza”.
Parte de sua família era adepta ao espiritismo e realizava sessões mediúnicas em Santa Maria, cidade localizada a 14 km de Sacramento. As reuniões aconteciam na casa do senhor Mariano Ferreira da Cunha (tio de Eurípedes). Este recinto, no ano de 1900, tornou-se um centro espírita.
Apesar de saber das reuniões mediúnicas realizadas por seus parentes, Eurípedes não se interessava muito pelo assunto, até que em 1903, recebe de seu Mariano, o livro “Depois da Morte”, de Léon Denis, onde se deparou com conceitos filosóficos sobre a vida e a morte, a pluralidade das existências e a comunicabilidade dos espíritos, despertando em sua alma, o interesse pelo assunto.
Mesmo ainda duvidando sobre os conceitos que acabara de conhecer, decidiu assistir a uma sessão mediúnica, aceitando um convite de seu tio. Eurípedes ficou impressionado, ao ver parentes analfabetos, incorporados, falando línguas diferentes e proferindo conceitos filosóficos com grande amplitude de conhecimentos.
Em uma dessas reuniões, Eurípedes Barsanulfo teve a oportunidade de conversar com os espíritos que ali trabalhavam, e através de uma manifestação psicofônica, teve contato com um espírito, o qual afirmou que o acompanhava desde os primeiros passos e que ambos estavam ligados espiritualmente através dos laços de uma amizade construída á várias reencarnações. Eurípedes então perguntou o nome desse espírito, o mesmo lhe respondeu que tinha sido S. Vicente de Paulo e ainda concluiu dizendo que o professor deveria cumprir uma missão: “Meu filho, a caridade é a nossa bandeira. O teu trabalho principal será o de curar, e Bezerra de Menezes irá ajudar-te nessa área. Tudo está planejado, e na verdade, quem nos dirige é Jesus”.
A partir desta data, Eurípedes Barsanulfo deixou o catolicismo para viver os ensinamentos da Doutrina Espírita, pouco tempo depois, também se tornaram espíritas seus pais.
A mediunidade desenvolveu-se em Eurípedes através das faculdades de clarividência, psicofonia, psicografia, cura e efeitos físicos. O benfeitor passou a ser tutelado por espíritos da mais alta ascendência, como Santo Agostinho e São Vicente de Paulo.
Em 1905, o médium cria na residência de seus pais, o “Grupo Espírita Esperança e Caridade”, e através do contato com Dr. Bezerra de Menezes, ampliou sua farmácia homeopática, criando um laboratório em anexo. Barsanulfo passou a realizar curas difíceis de serem explicadas pela medicina convencional.
Nesta mesma época, Eurípedes começa a pregar o espiritismo publicamente e por esse motivo, fora perseguido pela igreja que se sentiu ameaçada ao ver seus fiéis diminuírem. O povo preferia ouvi-lo a frequentar os templos católicos. Neste período, o dedicado benfeitor sofre várias tentativas de assassinato.
Forçado a sair do Liceu Sacramentano, por causa da campanha contrária que a igreja organizara, seus amigos o abandonam, os móveis do colégio são retirados e o prédio requerido pelo proprietário.
Fachada preservada do Colégio Allan Kardec
Em 1907, Eurípedes funda o Colégio Allan Kardec (o primeiro colégio espírita do mundo), que com o passar do tempo, se torna grande referência na educação de crianças e jovens carentes, utilizando os métodos de pedagogia disseminados por Pestalozzi, o educador de Kardec.
As curas realizadas por Eurípedes e seus guias espirituais rapidamente ganham fama, logo o médium mineiro se tornou conhecido em todo o Brasil. Eurípedes passa a receber cartas e visitas de pessoas enfermas que o procuravam em busca da cura.
Nessa época, o médium enfrenta uma de suas maiores provações: seus perseguidores católicos dão início a um processo jurídico, acusando-o de exercício ilegal da medicina. Este fato causa grande tristeza entre os espíritas, mas após um ano, o processo é arquivado por não haver um magistrado disposto a julgá-lo.

O Retorno a Pátria Espiritual:

No ano de 1918, no ápice de grave epidemia da gripe espanhola e depois de se dedicar incessantemente ao cuidado dos pobres contaminados pela moléstia, Eurípedes Barsanulfo contrai a avassaladora gripe, que acaba por ceifar sua vida terrena, exatamente em 1 de novembro de 1918, como ele mesmo havia previsto.
Como espírito desencarnado, Eurípedes continua a trabalhar pelos necessitados, auxiliando e propagando o amor de Jesus. Sua primeira comunicação após a grande passagem ocorreu em 1950 através da psicografia de Chico Xavier, desde então, Eurípedes tem se manifestado com o auxílio de diversos médiuns brasileiros, remetendo aos encarnados, seus valorosos ensinamentos:

“Caros irmãos !

Que a augusta paz de Jesus, envolva seus pensamentos em constantes alegria de servir.
O tempo urge para todos nós ! O amor do Mestre bafeja nossas faces, num convite expressivos ao trabalho.
Regozijem-se com os momentos de luta que os retira da ociosidade, convidando-os a pensar, para buscar novas soluções para que engrandeçam o bem estar íntimo e dos irmãos com os quais convivem. Sejam otimistas e esperançosos !
As alegrias são conquistadas a cada hora de trabalho realizado, onde o bem promove mudanças constantes.
Sejamos vivos alegres para prosseguir.
Os momentos difíceis são declarados como bençãos que assentam e reajustam nosso pensamento, na grande escala de trabalho que o Pai nos concede. O momento é de dor para aqueles que não conhecem o amor imensurável de Jesus, o Mestre, que continua a nos amparar e a nos assistir.
É tempo de acordar, despertar, para as grandes realizações íntimas. Quisera que todos soubessem divisar esses momentos que são registrados nessa sublime hora da separação do joio e do trigo. A Nova Era pede uma consciência participativa e dinâmica em relação aos fatos que envolvem o espírito.
O anúncio da Boa Nova trazida por Jesus, se efetiva, em todo momento, como um convite de amor e ternura, para todos que possam auxiliar o Pai.
Crescer e evoluir, eis a questão anunciada pelas leis, regem a vida do espirito.
Através da luta o espirito cresce !
Convite divino que acelera o pensamento para buscar novo patamar de compreensão.
Estamos no trabalho com Jesus.
Torna-se imprescindível voltarmos os olhos para as promessas divinas concedidas por Deus.
Avancemos, procurando compreender o trabalho renovador e prossigamos com esperança, no intuito sublime de edificar as novas conquistas, superando dificuldades acarretadas pelo estágio evolutivo a que cada um se perdeu.
Avançar no entendimento da verdade trazida por Jesus é a realidade atual. Desprezar velhos conceitos que o tempo formulou, ampliando a visão da eternidade e consagrar nosso ideal ao Bem Maior, concedido a todos.
O Universo canta e espalha sempre a melodia do amor; trabalho incansável que vem envolvendo a todos.
Glória aos ensinamentos do Mestre.
Com eles, estaremos livres para compreender e amar nosso irmão. “

Paz em Cristo!

Eurípedes Barsanulfo

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