Caridade divulgação

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

MENSAGEIROS DA PAZ: BEZERRA DE MENEZES


"Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração.”

Espírito Ismael (Guia Espiritual do Brasil) delegando a missão a Bezerra de Menezes (foto), antes de reencarnar no orbe terrestre. 
Trecho retirado do livro: "Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho", pelo espírito Humberto de Campos, psicografia de Chico Xavier.


Nascimento e Juventude:
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti retornou ao seio terrestre em 29 de agosto de 1831 na fazenda Santa Bárbara, nos arredores de um lugar chamado Riacho das Pedras, município cearense de Riacho do Sangue, hoje Jaguaretama no estado brasileiro do Ceará.  Trazia consigo a importante missão de semear a Doutrina dos Espíritos em terras brasileiras, para se tornar o “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.”
Bezerra de Menezes fora filho de Antônio Bezerra de Menezes, capitão das antigas milícias e tenente-coronel da Guarda Nacional; e Fabiana Cavalcanti de Albuquerque. Seu avô paterno, o coronel Antônio Bezerra de Souza e Menezes, tomou parte da Confederação do Equador, e foi condenado à morte, pena comutada em degredo perpétuo para o interior do Maranhão, e que não foi cumprida porque o coronel faleceu a caminho da execução.
O jovem Bezerra era de família nobre, de tradição católica e recebeu uma rígida educação. Aos sete anos ingressara na escola pública de Vila do Frade, onde surpreendentemente equiparou-se a seu mestre em apenas dez meses de estudo, absorvendo todo o conhecimento ministrado.
Em 1842, aos 11 anos, devido a perseguições políticas, sua família se transferira de domicílio, passando a residir no Rio Grande do Norte. O local era conhecido como Vila Maioridade. Ali, Bezerra de Menezes foi matriculado na Escola Pública de Latinidade, se tornando fluente em latim e substituindo algumas vezes seus professores.
Em 1846, a família retorna para o Ceará, estabelecendo domicílio em Fortaleza, onde Bezerra de Menezes conclui os estudos preparatórios como aluno número um do colégio Liceu.
Sua família possuía muitos recursos financeiros, seu pai era um homem bom e emprestava dinheiro a amigos e parentes necessitados, com isso, logo se endividaram, chegando ao ponto de Antônio querer entregar seus bens aos credores, os quais não aceitaram e propuseram o pagamento das dívidas conforme suas possibilidades. Antônio preferiu entregar seus bens, passando ser administrador e tirando apenas os recursos necessários para subsistência de sua família.

O Curso de Medicina
Bezerra sonhara em se tornar médico, mas em decorrência das condições financeiras de seu pai, seria impossível custear os estudos. Mesmo com poucas perspectivas, em 1851, com 19 anos, o jovem parte de Fortaleza para o Rio de Janeiro, levando no bolso a quantia de 400 mil réis, provenientes de doações dos parentes.
Foi assim que em 1852, o rapaz ingressou como praticante interno na Santa Casa de Misericórdia. Para financiar seus estudos ministrava aulas particulares de filosofia e matemática.
Certo dia, quando se encontrava em extrema dificuldade financeira, necessitando de recursos para pagar a faculdade e o quarto que o abrigava, em um momento de desespero, orou fervorosamente pedindo a Deus que lhe enviasse uma inspiração para encontrar a solução deste problema, quando então veio em sua porta um rapaz necessitando de aulas particulares de matemática, oferecendo o pagamento adiantado da quantia de 50 mil réis, que era exatamente o valor que Bezerra precisava para cumprir com seus compromissos. No começo, Bezerra de Menezes não quis aceitar a proposta do rapaz, alegando que não gostava de matemática, mas em virtude da insistência do jovem e diante de sua necessidade, resolveu concordar com o proposto. Após acertarem os dias das aulas e efetuar o pagamento das mesmas, o rapaz despediu-se e nunca mais voltou para aprender matéria.
Em 1856, o jovem Bezerra conclui o curso de medicina e nessa época abre mão de seu sobrenome Cavalcanti e passa adotar apenas Bezerra de Menezes.

O Doutor Bezerra de Menezes:
Consultório do Dr°. Bezerra de Menezes
No ano subseqüente a sua formatura, o então doutor Bezerra ingressa no Corpo de Saúde do exército, tornando-se cirurgião tenente em 1858. No mesmo ano passou a fazer parte dos membros titulares da Academia Imperial de Medicina, colaborando também com a Revista da Sociedade Físico-Química.
Em 6 de novembro de 1858, casa-se com a primeira esposa, Maria Cândida de Lacerda, com quem teve dois filhos.  No ano seguinte, passa atuar como redator dos “Anais Brasilienses de Medicina”.
Bezerra de Menezes elege-se vereador em 1860 pelo Partido Liberal, e sob a alegação de que era médico militar corre o risco de perder o mandato e para evitar o fato e não prejudicar o partido, afasta-se do Corpo Médico do Exército.
Após quatro anos de casamento, sua esposa vem a desencarnar, deixando duas crianças ainda pequenas sob sua tutela. Este fato abalou nosso personagem profundamente.
Ao chegar ao ano de 1864, foi reeleito vereador para o mandato dos quatro anos subseqüentes. 
Bezerra de Menezes e Cândida Augusta
Depois de superar a perda da primeira esposa, em 1865, Bezerra casa-se novamente, desposando sua cunhada, Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã da primeira esposa, com a qual teve sete filhos.
No ano de 1867, Bezerra de Menezes torna-se deputado geral (o mandato corresponde ao que seria hoje o cargo de Deputado Federal), pelo Rio de Janeiro com a aprovação máxima de todos, permanecendo até 1868 com a dissolução da Câmara após a subida dos conservadores ao poder.  Bezerra se destacou por seu brilhantismo na política, defendendo a bandeira da igualdade entre todos. Ao findar seu mandato como deputado em 1868, afasta-se da política para dedicar-se integralmente a medicina, atendendo aos mais necessitados gratuitamente e dividindo o pouco que tinha. Foi um exemplo de médico e humanista colocando as necessidades alheias acima de suas próprias necessidades.
Após um período de quatro anos afastado da política, o nobre médico é novamente eleito como vereador, em 1878 com a volta dos liberais ao poder, torna-se mais uma vez Deputado, permanecendo no cargo até 1885, quando abandona por completo uma carreira parlamentar de mais de 30 anos para dedicar-se a caridade e a  Doutrina Espírita.
Suas publicações em vida ultrapassam o número de 40, entre artigos e livros científicos, traduzindo sua grande capacidade intelectual.

Bezerra de Menezes e o Espiritismo
O primeiro contato de Bezerra com o espiritismo se deu com a apresentação do Livro dos Espíritos por seu amigo Dr. Joaquim Carlos Travassos (tradutor da obra para o português), que lhe ofereceu um exemplar. Dr. Joaquim era integrante do Grupo Confúcio, mais tarde chamado Grupo Ismael, o qual veio a fundar a Federação Espírita do Brasil (FEB) em 1884.
Sede da FEB no Rio de Janeiro
A partir de então, Bezerra de Menezes dedica sua vida ao espiritismo e ao auxílio dos mais necessitados, sendo considerado “o médico dos pobres” e o “apóstolo da caridade”.
Em agosto de 1886, assume publicamente diante da assistência de 2000 pessoas sua admiração pelo espiritismo e passa a publicar livremente artigos de divulgação da doutrina espírita até o ano de 1893. Esses artigos eram intitulados: “Espiritismo-Estudos Filosóficos.”
Bezerra era possuidor de profundo conhecimento da doutrina espírita que segundo ele, estava adormecida em sua alma, pois tinha a sensação de que já conhecia aquelas recomendações morais e filosóficas trazidas pela codificação:
“Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu espírito, entretanto tudo aquilo era novo para mim [...]. Eu já tinha lido ou ouvido  tudo  o  que  se  achava  no  Livro  dos  Espíritos  [...].  Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou mesmo, como se diz vulgarmente, de nascença”.
O médico tornou-se uma peça fundamental na divulgação do espiritismo no Brasil, bem como em sua organização federativa e ficou conhecido como “Kardec Brasileiro”. Nesta época, a Doutrina Espírita encontrava grandes dificuldades em sua propagação pelo preconceito por parte da sociedade e pela divisão de idéias surgidas no próprio movimento espírita.
Foi conduzido em 1889 à presidência da Federação Espírita, por unanimidade, com a missão de unir os espíritas em prol do fortalecimento da doutrina no Brasil, permanecendo à frente da FEB até 1900, ano em que foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).

O Desencarne:
Nota sobre a morte de Bezerra
Bezerra de Menezes desencarna em 11 de abril de 1900, às 11h30min nos braços de sua abnegada esposa, Cândida Augusta, em conseqüência do AVC, o mesmo que o afastara da presidência da FEB e que o deixara tetraplégico e sem fala meses antes, deixando para nós o exemplo do amor e da bondade.
Dotado de um sentimento de compaixão e caridade, Bezerra de Menezes se sensibilizava com os problemas de todos que lhe procuravam. Atendia a seus pacientes sem cobrar um centavo pela consulta e doava o que tinha para que conseguissem comprar os medicamentos necessários para o tratamento.
Ficou pobre e quando não tinha mais nada para doar, desfez de seu anel de formatura para auxiliar aos mais carentes. Foi preciso constituir uma comissão presidida por Quintino Bocayuva para angariar fundos e donativos em auxílio de sua família.
O caridoso médico havia completado a missão que lhe foi conferida pelo espírito Ismael. Por onde esteve, espalhou o amor  e a caridade, ensinou os grandes a humildade e introduziu o espiritismo no Brasil. Sua generosidade era muito grande e seu coração era ainda maior.

 No Plano Espiritual:
Na primeira noite após seu passamento, Bezerra de Menezes se fez presente na sessão comemorativa intitulada “Ceia do Senhor”, na FEB, manifestando-se através da mediunidade de Francisco Pereira da Silva Júnior, trazendo sua primeira mensagem de paz após o retorno a pátria espiritual:
“Baixai vossos olhos sobre os meus amigos! São também vossos filhinhos, como eu, que aflito gemi e padeci na Terra, sempre com os olhos cravados em vós. Dai que eles possam compreender, ó Virgem Imaculada(...), esse amai-vos uns aos outros, certos, convencidos de que o amor que desdobrarem das suas almas, para os seus irmãos, evola-se, libera-se aos páramos onde está o vosso amado Filho, é o amor elevadíssimo que nos vem com Jesus.(...) Obrigado a todos vocês. Bezerra estará sempre unido aos vossos corações. O Bezerra pede a Deus, e Deus há de permitir que ele continue a trabalhar, a produzir a seara bendita.”
A partir de então, Bezerra torna-se um incansável benfeitor espiritual, trabalhando pelo progresso dos homens e do Brasil.
Permanece até os dias atuais no plano espiritual e está a frente de uma legião de espíritos que trabalham para o bem, em nome de Jesus.
Tornou-se um grande autor espiritual, trazendo sua mensagem em de mais de 20 obras através da psicografia de médiuns brasileiros como Divaldo Franco, Chico Xavier, Yvone do Amaral, Waldo Vieira, entre outros.
Seu nome é lembrado com carinho dentro e fora da comunidade espírita, pois antes de tudo foi uma grande pessoa, um exemplo de homem, político e médico, sendo homenageado em diferentes segmentos da sociedade e emprestando seu nome a instituições beneficentes, casas espíritas e ruas por todo país.
O povo brasileiro, a sociedade carioca e sobretudo a comunidade espirita, devem a este homem e iluminado espírito a eterna gratidão.
Bezerra de Menezes (1831-1900)
Saiba mais sobre Bezerra de Menezes, assista o filme: "Bezerra de Menezes: O Diário de um Espírito"

MENSAGEIROS DA PAZ: EURÍPEDES BARSANULFO


O Apóstolo da Caridade”, assim é conhecido o abnegado benfeitor Eurípedes Barsanulfo.
Chico Xavier, em depoimento ao livro “Eurípedes: O Homem e a Missão” da autora Corina Novelino, revela uma conversa que tivera com Emmanuel sobre Eurípedes, onde o guia espiritual de Chico afirmou: “Nos tempos evangélicos, Eurípedes fora educado por Inácio, pupilo de João, o Evangelista, que se tornara grande pregador da boa nova. Ainda adolescente Eurípedes substituíra seu educador na pregação na Palestina, onde também manteve contatos com João e fora martirizado”.

Nascimento e Juventude:

Eurípedes Barsanulfo nasceu em 1 de maio de 1880 na cidade mineira de Sacramento. Filho de Hermógenes Ernesto de Araújo, “seu Mogico” e Jerônima Pereira de Almeida, “dona Meca”, teve uma infância marcada por severas dificuldades financeiras. Eurípedes era o terceiro filho de 15 irmãos e para conseguir vencer as provações materiais, começou a trabalhar muito cedo.
Sentia vontade de prosseguir seus estudos em outra cidade, pois Sacramento não oferecia condições para tal, porém ao ver a tristeza de sua mãe com sua possível partida, decidiu ficar. Ingressou no Colégio Miranda sob a orientação dos professores João Darwil de Miranda e Inácio Gomes de Mello. O jovem era autodidata e logo foi promovido a instrutor de turmas e posteriormente professor. Adquiriu conhecimento nas áreas de medicina e direito, além de Astronomia, Filosofia, Matemática, Ciências Físicas e Naturais e Literatura, mesmo sem ter cursado o ensino superior.
Em 1901 seu Mogico fora procurado pelo prof. Darwil, o qual declarou que nada mais tinha a ensinar a Eurípedes.

Vida e Obra de Eurípedes Barsanulfo:

Ainda jovem ajudou a fundar o Grêmio Dramático Sacramentano, tornando-se ator das peças teatrais que ali eram apresentadas.
Antes de completar 18 anos, conheceu Ormênio Gomes, que lhe apresentou preciosa biblioteca de livros homeopáticos, a qual teve acesso e absorveu vasta informação, o que o fez fundar em sua residência uma pequena farmácia homeopática, servindo-se de medicações para tratar os necessitados.
“Aos 21 anos, lançou o jornal a ‘Gazeta de Sacramento”, e como jornalista tinha a esperança de ajudar no desenvolvimento cultural de seus conterrâneos e abrir um espaço aos interessados nas letras e informações. Ao completar 22 anos, fundou em 31 de janeiro de 1902, junto com seus antigos professores, o “Liceu Sacramentano”, onde se tornou professor de diversas matérias, entre elas Francês e Geografia.
No ano de 1903, em virtude de sua popularidade, assumiu uma cadeira na Câmara de Vereadores de Sacramento, cargo que ocupou até 1910. Eurípedes, nesse período, acumulava as atividades de vereador, professor e jornalista, trazendo vários benefícios para a cidade, como energia elétrica, sistema de água encanada e bondes para o transporte público.

O Encontro com a Doutrina Espírita:

Eurípedes Barsanulfo sempre foi muito espiritualizado, católico convicto, chegou a ocupar o cargo de secretário da Irmandade de São Vicente de Paulo. Quando lhe perguntavam sobre seu casamento, respondia sorridente: “Já sou casado com a pobreza”.
Parte de sua família era adepta ao espiritismo e realizava sessões mediúnicas em Santa Maria, cidade localizada a 14 km de Sacramento. As reuniões aconteciam na casa do senhor Mariano Ferreira da Cunha (tio de Eurípedes). Este recinto, no ano de 1900, tornou-se um centro espírita.
Apesar de saber das reuniões mediúnicas realizadas por seus parentes, Eurípedes não se interessava muito pelo assunto, até que em 1903, recebe de seu Mariano, o livro “Depois da Morte”, de Léon Denis, onde se deparou com conceitos filosóficos sobre a vida e a morte, a pluralidade das existências e a comunicabilidade dos espíritos, despertando em sua alma, o interesse pelo assunto.
Mesmo ainda duvidando sobre os conceitos que acabara de conhecer, decidiu assistir a uma sessão mediúnica, aceitando um convite de seu tio. Eurípedes ficou impressionado, ao ver parentes analfabetos, incorporados, falando línguas diferentes e proferindo conceitos filosóficos com grande amplitude de conhecimentos.
Em uma dessas reuniões, Eurípedes Barsanulfo teve a oportunidade de conversar com os espíritos que ali trabalhavam, e através de uma manifestação psicofônica, teve contato com um espírito, o qual afirmou que o acompanhava desde os primeiros passos e que ambos estavam ligados espiritualmente através dos laços de uma amizade construída á várias reencarnações. Eurípedes então perguntou o nome desse espírito, o mesmo lhe respondeu que tinha sido S. Vicente de Paulo e ainda concluiu dizendo que o professor deveria cumprir uma missão: “Meu filho, a caridade é a nossa bandeira. O teu trabalho principal será o de curar, e Bezerra de Menezes irá ajudar-te nessa área. Tudo está planejado, e na verdade, quem nos dirige é Jesus”.
A partir desta data, Eurípedes Barsanulfo deixou o catolicismo para viver os ensinamentos da Doutrina Espírita, pouco tempo depois, também se tornaram espíritas seus pais.
A mediunidade desenvolveu-se em Eurípedes através das faculdades de clarividência, psicofonia, psicografia, cura e efeitos físicos. O benfeitor passou a ser tutelado por espíritos da mais alta ascendência, como Santo Agostinho e São Vicente de Paulo.
Em 1905, o médium cria na residência de seus pais, o “Grupo Espírita Esperança e Caridade”, e através do contato com Dr. Bezerra de Menezes, ampliou sua farmácia homeopática, criando um laboratório em anexo. Barsanulfo passou a realizar curas difíceis de serem explicadas pela medicina convencional.
Nesta mesma época, Eurípedes começa a pregar o espiritismo publicamente e por esse motivo, fora perseguido pela igreja que se sentiu ameaçada ao ver seus fiéis diminuírem. O povo preferia ouvi-lo a frequentar os templos católicos. Neste período, o dedicado benfeitor sofre várias tentativas de assassinato.
Forçado a sair do Liceu Sacramentano, por causa da campanha contrária que a igreja organizara, seus amigos o abandonam, os móveis do colégio são retirados e o prédio requerido pelo proprietário.
Fachada preservada do Colégio Allan Kardec
Em 1907, Eurípedes funda o Colégio Allan Kardec (o primeiro colégio espírita do mundo), que com o passar do tempo, se torna grande referência na educação de crianças e jovens carentes, utilizando os métodos de pedagogia disseminados por Pestalozzi, o educador de Kardec.
As curas realizadas por Eurípedes e seus guias espirituais rapidamente ganham fama, logo o médium mineiro se tornou conhecido em todo o Brasil. Eurípedes passa a receber cartas e visitas de pessoas enfermas que o procuravam em busca da cura.
Nessa época, o médium enfrenta uma de suas maiores provações: seus perseguidores católicos dão início a um processo jurídico, acusando-o de exercício ilegal da medicina. Este fato causa grande tristeza entre os espíritas, mas após um ano, o processo é arquivado por não haver um magistrado disposto a julgá-lo.

O Retorno a Pátria Espiritual:

No ano de 1918, no ápice de grave epidemia da gripe espanhola e depois de se dedicar incessantemente ao cuidado dos pobres contaminados pela moléstia, Eurípedes Barsanulfo contrai a avassaladora gripe, que acaba por ceifar sua vida terrena, exatamente em 1 de novembro de 1918, como ele mesmo havia previsto.
Como espírito desencarnado, Eurípedes continua a trabalhar pelos necessitados, auxiliando e propagando o amor de Jesus. Sua primeira comunicação após a grande passagem ocorreu em 1950 através da psicografia de Chico Xavier, desde então, Eurípedes tem se manifestado com o auxílio de diversos médiuns brasileiros, remetendo aos encarnados, seus valorosos ensinamentos:

“Caros irmãos !

Que a augusta paz de Jesus, envolva seus pensamentos em constantes alegria de servir.
O tempo urge para todos nós ! O amor do Mestre bafeja nossas faces, num convite expressivos ao trabalho.
Regozijem-se com os momentos de luta que os retira da ociosidade, convidando-os a pensar, para buscar novas soluções para que engrandeçam o bem estar íntimo e dos irmãos com os quais convivem. Sejam otimistas e esperançosos !
As alegrias são conquistadas a cada hora de trabalho realizado, onde o bem promove mudanças constantes.
Sejamos vivos alegres para prosseguir.
Os momentos difíceis são declarados como bençãos que assentam e reajustam nosso pensamento, na grande escala de trabalho que o Pai nos concede. O momento é de dor para aqueles que não conhecem o amor imensurável de Jesus, o Mestre, que continua a nos amparar e a nos assistir.
É tempo de acordar, despertar, para as grandes realizações íntimas. Quisera que todos soubessem divisar esses momentos que são registrados nessa sublime hora da separação do joio e do trigo. A Nova Era pede uma consciência participativa e dinâmica em relação aos fatos que envolvem o espírito.
O anúncio da Boa Nova trazida por Jesus, se efetiva, em todo momento, como um convite de amor e ternura, para todos que possam auxiliar o Pai.
Crescer e evoluir, eis a questão anunciada pelas leis, regem a vida do espirito.
Através da luta o espirito cresce !
Convite divino que acelera o pensamento para buscar novo patamar de compreensão.
Estamos no trabalho com Jesus.
Torna-se imprescindível voltarmos os olhos para as promessas divinas concedidas por Deus.
Avancemos, procurando compreender o trabalho renovador e prossigamos com esperança, no intuito sublime de edificar as novas conquistas, superando dificuldades acarretadas pelo estágio evolutivo a que cada um se perdeu.
Avançar no entendimento da verdade trazida por Jesus é a realidade atual. Desprezar velhos conceitos que o tempo formulou, ampliando a visão da eternidade e consagrar nosso ideal ao Bem Maior, concedido a todos.
O Universo canta e espalha sempre a melodia do amor; trabalho incansável que vem envolvendo a todos.
Glória aos ensinamentos do Mestre.
Com eles, estaremos livres para compreender e amar nosso irmão. “

Paz em Cristo!

Eurípedes Barsanulfo